O
papel da escola na formação educacional é fundamental para mudar as questões
relacionadas aos valores humanos atuais e para poder criar, por meio de
experiências construídas no espaço escolar, a capacidade de analisar os
diversos valores presentes na sociedade e na construção dos princípios de
respeito mútuo, justiça, diálogo, solidariedade, democracia.
Espera-se
que os alunos saibam falar e ouvir e que as diferenças se tornem meios de
enriquecimento no conhecimento de novos valores.
Assim,
a escola não existe só para transmitir conhecimentos, informações e formar para
o mercado de trabalho, mas também para formar alunos e cidadãos capazes de
definir metas e meios para alcançarem suas realizações pessoais e de
compreenderem a si mesmos e ao próximo, por meio da convivência uns com os
outros e com os professores e funcionários da escola, dos valores compartilhados
e da participação responsável em suas atividades escolares (CHAVES, 2002).
Ao
discutir o papel da escola na formação moral PIAGET (1978) argumentou que
normas disciplinares impostas de fora, como a obediência, a autoridade e a
coação do adulto, o certo e o errado, o bem e o mal, além de sufocar a
personalidade da criança, mais prejudicam do que favorecem sua formação. É
evidente que as crianças devem perceber o que é certo e o que é bom, mas elas
devem ser equipadas com a capacidade do desenvolvimento do pensamento crítico e
decidirem por si sós a pensar, e não apenas a se adaptar ao estabelecido e
ditar seus valores.
Para
Jaques Delors (2004), o papel da escola é construir e fornecer às crianças e
aos adultos as bases culturais que permitam decifrar as mudanças de curso a fim
de melhor interpretá-las e de reconstruir os acontecimentos inseridos numa
história de conjunto. Ele ainda pontua quatro pilares importantes para a
educação: “Aprender e Conhecer”, “Aprender a Fazer”, “Aprender a Viver Juntos”
e “Aprender a Ser”, onde cada um desses pilares permite trabalhar o aprendizado
na compreensão, no conhecimento, na descoberta, na prática de seus
conhecimentos, na participação e na cooperação com os outros em todas as
atividades humanas, na elaboração de pensamentos autônomos e críticos e na
formulação dos próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo,
como agir nas diferentes circunstâncias da vida.
Essa
visão de DELORS remete à nossa análise sobre a importância de práticas
educacionais ligadas às situações reais, vividas por cada criança no seu
dia-a-dia, orientando-a sobre como analisar e resolver as questões da vida.
A
importância de uma Educação que trabalhe a questão de Valores Humanos, a partir
do Ensino Fundamental, reforça-se nas várias publicações encontradas que
abordam a questão da reestruturação do currículo escolar, como encontramos em
entrevista do reconhecido jornalista Gilberto Dimenstein (2005)[1]:
“A
escola tem que ser um grande centro de administração de curiosidade e
possibilidades, porque a educação é para toda a vida. O último dia de vida é o
último dia de escola. Quando o currículo diz respeito à vida da pessoa, você
pode vincular as outras matérias a esse currículo, e o professor é o orientador
dessas várias matérias.”
Patrícia
N.Bauer e Tana Bassi* (Artigo pesquisado por Aldenilza Lucas).
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